Warren Buffet não investe em empresas de tecnologia, muito menos em startups. Mas é difícil não reconhecer o quanto ele represente o que de melhor o mundo capitalista produziu em termos de gestão de valor e consequentemente: do dinheiro.
E como nessa brincadeira feita em março de 2011 simulando uma entrevista com o Oráculo sobre startups brasileiras, muito da sua filosofia pode nos nortear em nossa batalha contra El Enemigo:
- A busca pela vantagem competitiva: Buffet investe em empresas que tem fossos estratégicos ou “moats” (economia de escala, marca, patentes, etc.), impedindo a entrada de novos concorrentes. Startups não tem fossos estratégicos; aliás nem castelos elas tem. Mas elas tem velocidade, foco e “armas secretas”;
- A construção de um modelo de negócio: arquitetar e continuamente refinar uma operação que alavanque velocidade, foco e “armas secretas” permitindo conquistar o castelo e ganhar dinheiro com isso, é a arte do empreendedorismo;
- Cash is King!: se existe um Rei nesse reino, o nome dele é Bufunfa. Seja através de modelos de pagamento-adiantado, de escassez, de assinatura, de intermediação, ou de serviço-a-produto, um bom bárbaro sabe como dominar o Rei;
- Dominando as 3 tensões: qualquer empresa em qualquer estágio se debate com as tensões naturais entre crescer mais rápido ou gerar mais lucro; priorizar o curto prazo ou o longo prazo; e focar no todo ou só em parte. O guerrilheiro não faz a escolha entre um ou outro. Ele faz os dois ao mesmo tempo!;
- Raposa ou Porco-espinho?: assim como na parábola grega, vivemos em um mundo no qual temos que escolher entre: saber um pouco de muitas coisas, a raposa, ou saber muito de uma coisa só, o porco-espinho. O herói sabe traduzir um mundo complexo em uma única e simples ideia, e é esta métrica (The one metric that matters) é a que importa;
- O sistema de informação: para medir, monitorar e garantir que a “métrica que importa” seja alcançada, é preciso ter um sistema de informações consistente, e o apontamento dos dados operacionais e financeiros, incluindo a parte mais amada por qualquer empreendedor: a contabilidade;
- O stack operacional e financeiro: para automatizar a coleta e visualização das informações financeiras e operacionais, é recomendável sair do mundo do excel e adotar ferramentas que padronizem o workflow e tragam melhores práticas para o dia-a-dia;
- O modelo financeiro: encadear as principais premissas do negócio e entender a causa-e-efeito das mesmas é a melhor maneira de entender como tudo realmente funciona. Este equacionamento permite guiar a sua equipe com os recursos corretos;
- O planejamento: embora a visibilidade no mundo das startups seja extremamente baixa, dado o grau de incerteza e volatilidade, planejar e orçar são as únicas maneiras de sabermos se estamos indo na direção correta;
- Tesouraria: assegurar que a empresa tenha os recursos financeiros adequados é um dos principais atributos de um Chief Entrepreneur Officer. Seja através de investidores, ou de bancos comerciais, o empreendedor precisa dominar a arte e a ciência da captação de recursos;
- Relacionamento com investidores: esse processo faz parte do captação e é ad eternum. Saber gerenciar esse relacionamento criando visibilidade, previsibilidade e transparência torna-se um imperativo;
- Precificação: por fim, o preço do seu produto é de longe a variável com o maior poder de alavancagem no seu negócio. Como diria Warren Buffet, a precificação é o que determina se suas “armas secretas” realmente tem algum poder de fogo.
Stay tuned!