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Claudio Mifano: co-founder e CEO da Livance

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Claudio Mifano: co-founder e CEO da Livance
Claudio Mifano: co-founder e CEO da Livance

Nome: Claudio Mifano
Cidade:
São Paulo
Empresa:
Livance
Data de fundação:
2017


A Livance em um tweet:   A Livance tem a missão de descomplicar a vida de médicos e profissionais de saúde criando espaços e serviços inovadores para que possam se dedicar integralmente aos seus pacientes.

Claudio Mifano teve um momento muito difícil nos estudos como um impulsionador da sua jornada. Após ser expulso da escola, no Ensino Médio, Mifano correu atrás, se dedicou, e passou em 6º lugar no vestibular da FGV. Foi a prova que ele precisava, ainda adolescente, para perceber que bastava esforço e dedicação para realizar os seus sonhos.

Cinco anos depois, ao lado dos sócio-fundadores Fábio Soccol e Gustavo Machado, Mifano hoje lidera 180 funcionários na Livance, startup de infraestrutura como serviço para médicos e profissionais de saúde, com 14 unidades espalhadas pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e crescendo.

Confira o bate-papo completo abaixo:

Mifano, você pode começar contando um pouco da sua trajetória profissional?

Começando pela faculdade, eu fiz administração na FGV e sempre gostei de números e do mercado de ações. Naquela época, era muito natural para quem fazia administração ir trabalhar no mercado financeiro. Esse foi o meu caminho. Comecei como estagiário em um fundo de investimentos, na Claritas, e fiquei 13 anos lá. Nesse período, fiquei 7 anos como trader, comprando e vendendo ativos. Depois migrei para gestão de patrimônio e, após me tornar responsável pela área, vendemos o controle da empresa. Ao longo dessa jornada, comecei a ter curiosidade sobre o mundo real fora do mercado financeiro. Foi quando, aos 33 anos, percebi que ainda dava tempo de estudar e decidi cursar um MBA em Stanford.

Como surgiu a ideia para montar a Livance?

Em Stanford, entrei em uma aceleradora interna, a Startup Garage, para aprender mais sobre empreendedorismo, muito porque considerava tentar trilhar uma carreira em VC. Nesse processo fiquei próximo do Gustavo Machado e nos conectamos muito bem.  Tínhamos uma ideia legal, uma plataforma para o mercado imobiliário, que chegou a virar um piloto. Um dia o Fábio Soccol, amigo do Gustavo aqui no Brasil, ligou para falar de uma ideia que tinha. O Fábio é médico oftalmologista e idealizador do conceito da Livance. Ele pegou um avião para nos contar da ideia e aí, após dias de conversa, resolvemos mergulhar e aprofundar nisso. Nós fizemos todo o processo de entendimento da dor, dos problemas, do mercado, etc. A coisa foi fluindo naturalmente. Nos formamos em meados de 2016 e lançamos a Livance em agosto de 2017. Esse mix de perfis foi muito legal. Temos diversidade de experiências e de formação. 

Se você pudesse escolher o headline da Livance daqui a 10 anos, qual seria? 

Como uma startup formada por um médico, um engenheiro e um administrador, criada inicialmente para facilitar a carreira dos médicos, revolucionou a experiência e o alinhamento de diversos players do setor de saúde envolvendo pacientes, médicos e planos de saúde.

Como você motiva as pessoas que estão no time hoje?

Focamos em mostrar quem nós somos, trazer humildade, mostrar que não sabemos de tudo, que tratamos todos da mesma forma. É muito importante ser correto, tratar todo mundo bem, ser transparente. Isso motiva as pessoas a estar em um lugar que elas admiram e se sentem respeitadas como seres humanos e profissionais.  Além disso, estruturamos diversas iniciativas internas para as pessoas entenderem o impacto do trabalho que elas fazem. Pegamos muitos depoimentos da nossa comunidade de usuários e isso faz as pessoas se conectarem e se inspirarem com o propósito da empresa. Eu também tento ser o mais acessível possível, abro a minha agenda com slots de 20 minutos para as pessoas marcarem de batermos um papo. Apesar de nem todo mundo vir falar comigo, sabem que é possível.

Qual foi o pior momento da jornada empreendedora até agora?

Foi quando começou a pandemia. Estávamos crescendo bem, estávamos para fechar uma rodada e, com o isolamento social, a nossa receita parou de crescer e começou a cair. Precisávamos concluir a rodada e tive que correr atrás de ajuda de investidores para a gente conseguir atravessar alguns meses. Na época, tínhamos 44 pessoas no time. Eram 44 pessoas com medo.  Cheguei a travar a coluna, fiquei 5 dias internado pela tensão. Depois de 3 meses, as coisas voltaram a funcionar bem. Foi a prova de que a nossa proposta de valor fazia muito sentido. Quem estava com a gente, quase não tinha custo fixo e, por isso, mais clientes foram aderindo, através de muita indicação, mesmo durante a pandemia. 

Se você tivesse que destacar dois pontos altos da sua "linha da vida" não relacionados à carreira, quais seriam?

O primeiro que me vem à cabeça é ter sido aprovado na FGV em 6º lugar. Isso foi um ano depois de ter sido expulso da escola. Saí super desacreditado, muito para baixo. E isso mostrou muito a minha capacidade de superação, de resiliência, de ir atrás. Eu não era bom aluno, não focava. Sai da escola com aquela sensação de ser percebido como fracassado. No cursinho eu estudava durante todo o dia. Estudei muito. Domingo eu chegava antes do vigia que abria o cursinho. E isso me mostrou que sou capaz. Tem coisas que parecem distantes, mas a gente tem que correr atrás. Na época, teve um custo, engordei 10 quilos, mas o impacto a longo prazo foi fundamental. Me deu confiança para várias coisas. Assim como passar em Stanford.

O outro ponto alto eu diria que é o meu casamento. A pessoa que eu casei. Acredito que a nossa principal escolha na vida é com quem vamos casar. Isso tem um impacto no nosso dia a dia muito grande. Na nossa saúde mental, na nossa alegria, em tudo. E quanto mais eu olho pro lado, mais eu vejo que a companhia na jornada pode ser uma fortaleza ou um míssil. Pode jogar muito contra, mas muito a favor. 

Quem é o Mifano fora da Livance?

O Mifano fora da Livance é esportista, brincalhão, divertido e animado. Eu gosto de sair, gosto de estar com a família, amigos, viajar… Gosto de viver intensamente! Gosto de conhecer coisas novas, aprender coisas novas, conhecer gente nova. Acredito que não viemos para a vida a passeio. E que a gente tem que ser uma pessoa que dá energia e não toma energia das pessoas. Isso atrai coisa boa. 

O que significa sucesso para você?

Gosto muito da frase que diz que a vida se mede pela quantidade de alegria que se distribui. Para mim, sucesso é estar contente com o dia a dia. Felicidade não é medida por grandes marcos, como levantar uma rodada de capital, ser promovido. Felicidade é a forma que você é recebido quando chega em casa, é a relação com a família e com os amigos. Sucesso é você gostar do seu dia a dia. 

Quais são as suas fontes de conhecimento?

Leitura. Livros, newsletters, blog, podcasts. Eu sou um alucinado por consumir informação. Meu pai trabalhava na Editora Abril. Por isso, na minha casa, sempre tive todas as revistas e jornais e fui incentivado a ler tudo. No mercado financeiro, eu desenvolvi isso ainda mais porque era preciso estar por dentro de tudo antes de todos. É praticamente um toque que eu tenho, de saber de todas as informações e notícias que saem. A minha segunda principal fonte são as pessoas. Conversar com as pessoas. A minha relação com a Astella começou assim. Peço para conhecer, peço conselhos, vou atrás.

Conheça mais sobre o Mifano no bate-papo do Astella Playbook:

Juliana Baranowski

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Juliana Baranowski

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