Richard Arkwright é conhecido como o pai da Revolução Industrial. Uma mistura de inventor, engenheiro, capitalista, gestor e marqueteiro, ele conseguiu combinar fontes de energia barata, máquinas modernas e trabalhadores de baixa capacitação para criar a primeira versão do sistema fabril moderno na cidade de Cromford.
Arkwright fez algumas melhoras em uma máquina que havia sido inventada em 1748 para fundar a sua empresa, usando seu próprio capital (o famoso bootstrapping). Quando sentiu a necessidade de expandir o seu atelier, buscou capital com alguns empresários Quakers (os venture capitalists da época), e assim conseguiu construir em 1771 a primeira tecelagem motorizada a água, empregando 200 pessoas. Como a pequena cidade não tinha capacidade de prover a mão-de-obra necessária, Arkwright teve que se financiar com bancos locais para comprar terras e construir casas para abrigar os mais de 1.150 empregados que teve que importar de outras regiões. Finalmente ele começou a expandir para outras cidades no interior da Inglaterra, replicando o mesmo modelo construído em Cromford.
Embora os estágios para se construir uma grande empresa não tenham mudado ao longo dos últimos 250 anos, os recursos disponíveis para empreendedores assim como a especialização do capital evoluíram drasticamente ao longo de cada etapa da jornada.
Assim, da idéia ao product-market-fit (PMF) empreendedores contam com anjos, aceleradoras e 3Fs (family, friends, and fools). Ao cruzarem o abismo do PMF até chegarem no bowling alley, existem os early-stage VCs (ou Seed Investors). E desse ponto em diante, até o Main Street habitam os late-stage VCs (Series A, B, C…).
Cada etapa tem seus desafios e necessidades de capital. O segredo é saber dosar o montante de capital necessário para chegar a próxima etapa, com a maior eficiência possível para evitar que os empreendedores se diluam de maneira exagerada, e assim consigam chegar ao paradeiro final, donos do seu próprio destino.
Não existem fórmulas, mas existem arquétipos, nos quais investidores e empreendedores podem se basear para estimar a dose certa, tanto para startups de software para empresas, quanto para marketplaces, e empresas de consumo. Existem também excelentes mapas de dosagem de empresas de sucesso: The Path to IPO.
O Ministério da Saúde adverte: dose errada mata!