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A matemática do jogo de venture capital é simples. Não importa a frequência de erros, mas a magnitude dos acertos. Poucas empresas e fundos dão o retorno suficiente para cobrir o prejuízo da maioria. É o jogo. Os outliers individualmente são capazes de trazer um retorno do tamanho inteiro da alocação.
O Bruno Peroni, Investidor da Astella, abordou neste texto o tema em relação às startups de um portfólio. Dando luz ao que acontece e as oportunidades que também existem para as empresas que não chegam a um patamar de um fund returner.
No entanto, não se pode esquecer que Venture Capital é um negócio de apostas assimétricas regido pela lei da potência (power law): mais do que os 80/20 de Pareto, 60% do retorno dos fundos vem de apenas 6% das empresas investidas, de acordo com análise feita pela Horsley Bridge.
Ser uma classe regida por essa premissa explica o nome de "capital de risco" dado ao nosso mercado. Sem dúvidas trabalhamos com um alto risco que sempre, independente dos ciclos, recompensará os melhores gestores que se mantiverem consistentes e atentos. É por isso que nem todos as gestoras retornarão o dinheiro alocado. Faz parte do jogo.
Após um período com uma série de excessos, incentivados por taxas de juros baixas, inflação de valuations, tamanhos de rodada e de crescimento via força bruta, é compreensível que exista um reajuste, uma autorregulação que penalize quem se deixou levar pelo momento. Aqui na Astella, independente do ciclo de mercado, mantemos a disciplina de investir em empresas que acreditam em eficiência de capital e procuramos entender a quantidade certa de recursos para o desafio de cada estágio de maturidade. Nos consideramos value-investors em Venture Capital.
Para esclarecer esses parâmetros, criamos recentemente um Napkin com os principais indicadores que balizam a nossa busca como investidores. São as referências que sinalizam os estágios e valores apropriados de acordo com a jornada de cada empresa.
A literatura de Venture Capital no mundo é farta, e uma rápida pesquisa mostra a qualquer um que os retornos médios da classe de ativos podem não ser excepcionais. Mas os retornos dos melhores fundos da América Latina, aqueles que buscam o top quartile de Venture Capital têm sido superiores a outras classes de ativos como a renda fixa, o índice Bovespa e até mesmo o S&P500.
O relatório do Atlântico, feito com dados de 42 gestores em parceria com a Spectra, deixa claro esse "track record" desde 2012.